sábado, 24 de outubro de 2009

A guerra é a saúde do Estado.

E o que é o Estado senão a guerra, o proprietário legítimo do uso da violência física, o carrasco, o carcereiro, o juiz, o policial e o professor? Todo poder é fruto de conquista e uma vez conquistado é preciso mantê-lo e protegê-lo contra as investidas dos dominados; é desta forma que a conquista se perpetua, e a guerra social se torna paz civil, a paz dos famintos; garantida a paz, a liberdade é substituída pelo seu consolo; na estátua de concreto, na liberdade de " você decide" na TV, enfim, a liberdade de viver e morrer súdito!
E se somos contra guerra não é porque somos pela paz, essa paz civil que não passa de uma guerra silenciosa pela sobrevivência, pela luta quotidiana de milhões de seres a mercê da esmola e da caridade estúpida e humilhante dos padres e humanistas da ordem; uma guerra, sobretudo, contra os dominados, guerra que mantém uma ordem social da exclusão e do assassinato lento, gradual e silencioso.
Nunca haverá paz e liberdade enquanto existirem os Estados, sejam eles grandes ou pequenos, fortes ou fracos, democráticos ou totalitários, teocráticos ou laicos. E uma vez que o fundamento de qualquer Estado é a fé, a fé política pois que a filosofia é tão incapaz de provar a deus quanto de demonstrar e justificar a autoridade, a única resistência possível a curto prazo é a desobediência civil; o único meio que poderá por fim à paz perpétua deste cemitério de vivos. A desobediência é a virtude original do homem; seu contrário é o rebanho, a submissão e a docilidade.
E por falar em desobediência , nós que acompanhamos diariamente os massacres diários de civis - sejam eles por aviões suicidas, bombas de fragmentação lançadas sobre a população civil, bombas "inteligentes" que explodem hospitais e povoados miseráveis, parece que esquecemos de observar a abertura formal de um escritório da CIA em São Paulo, a pretexto de combater as " drogas e o terrorismo"! Iremos assistir complacentes ou desobedeceremos?
É nessa massa de eleitores "obrigatórios" que esta a chamada "democracia" que este Estado "pede" seu voto. Num chamado senso de responsabilidade para a mudança de governo, este Estado nos faz acreditar que somos livres para votar, enquanto a ideologia política mistura-se em letras e siglas que já não sustentam nem mesmo uma idéia, quanto mais um projeto político governamental.
Votaremos complacentes ou desobedeceremos?

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