quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PENSAR PRA QUÊ?

Quero discorrer sobre conceituações que vem movendo pessoas e grupos a defenderem um “programa”. Criado, discutido e elaborado por pessoas ditas de “esquerda”. O que está por trás desse pensamento? O que propõe essa intenção? Não dá pra discutir o futuro sem conhecer e reconhecer fatos e ações do passado. Sei que há muitas formas de se pensar, eu prefiro todas. Também não pretendo limitar o tema já que qualquer temática desenvolvida com conceituações políticas, ou “programas” de ação cultural tem a ver com transformação social. Fala-se de Industria cultural, esse termo por si só já é contraditório; indústria pressupõe fabricação em “massa”, e cultura não é, nem pode ser “massificada”, “padronizada”, ou qualquer outro termo que conceitue “industria”. Não é possível! Vide USA que falam tanto de industria cultural avançada tecnológicamente e tal, e o que vemos? Espetáculos “padronizados” e distribuídos a países e que nada significam, enquanto teatro, para o cidadão e para o mundo a não ser em sua forma “industrial” e “nula” de “entretenimento”!
É falsa essa conceituação e essa busca de uma industria cultural “competente” para o Brasil, que tenta essa discussão da Lei Rouanet. Me lembra muito o “tipo ideal” de que fala Sérgio Buarque de Holanda e Weber, o “homem cordial” que aponta Alexis Torqueville, uma velada política travestida de “modernidade” e que beira, sem profícuas interpretações, ao fascismo. Vejam a atual defesa que faz o “presidente” Lula, ao argumentar ao seu “companheiro” Mercadante porque não pode abandonar o PT. Esse discurso, esconde o “horror à distância” do homem cordial de que fala Weber, ou seja, o escravagismo. Escravos de uma idéia são sintomas do fascismo, e suas consequências na História são terríveis, sabemos. Exemplo dado pelo brilhante sociólogo e Professor Francisco de Oliveira: "os fornos dos alemãos do III Reich, são vistos, em idéia, como um “atraso” na história do homem, no entanto, em sua presentificação histórica, eram os mais “modernos” fornos químicos." Isso é “verdade”, ideológica, mas “verdade”, e levou um povo ao horror nazista. "Até hoje me lembro de um dizer, no Brasil, que formou opiniões, e portanto “conceituou” uma idéia: “Se é Bayer, é bom!” Despejo palavras como penso, e portanto, conceituo como todo pensador, e isso tem sido a forma mais violenta da barbárie, conceituações em nome da “verdade”, do “avanço”, da “modernidade”, - como é “boa” a “globalização”, a “internet”, “hoje temos acesso a todas as informações”, etc - mas a serviço de quem, ou do que, está essa pseudo-liberdade? Essa pseudo-democratrização? Percebam as “conceituações” e terão sua resposta; clara, homogênea. Em nome da “ordem” e não a favor da “organização”; civil então nem pensar! Lembram da cena do Chaplin arrumando sua mala pra viajar? Aquilo é ordem! O “estado”, que não muda desde os gregos, é que se apropria dessa “ingenuidade” do pensar. O “escravismo” nunca deixou de existir, apenas mudou de “forma”, interpelou “conceitos” e os aglutinou para contínua dominação do homem. Outra vez o professor: "O liberalismo é uma “comédia pifia”! Só de pensar que nosso último liberal foi Rui Barbosa, minhas pernas tremem. Não dá pra esquecer que no Brasil o estereótipo é “real”! O “políticamente correto” esgotou-se, tornou-se estereótipo de um conceito “banal”, então o que fazemos, mudamos, agora é “ecológicamente correto”, o que mudou!? Nada. Mas a mudança da forma, consegue: domina-se! Veja essa nova lei anti-fumo! Tem todas as justificativas da “verdade”, mas é uma inserção “imposta”, “autoritária”. Outra vez me lembro do Weber, “A personalidade autoritária”. Será que ninguém lê neste país? Não acredito! Podem ser poucos, mas existem. Então porque não há uma “grita”, um “esclarecimento” mais contundente, ou mesmo uma “ação” mais concreta contra essa disfarçada retomada do fascismo? Resposta "conceituada" - Porque me acho um “democrata”, portanto preciso de “consenso”, portanto de outros que tenham uma opinião a respeito, a favor ou contra, para ser bem “democrata”. Mas estamos sendo “isolados” por conceitos de “modernidade”, estamos sendo arrastados para as bordas da “urbanidade”, estamos sendo “segregados” por uma conceituação “moderna” e “avançada” do “pensar”. Sabe de uma coisa? Não consigo! E olha que meu cansaço, meu esforço, minha dedicação anárquica, graças a Deus, marca meu corpo de uma forma “agressiva”, me mostrando que eu devia parar! Pensar pra que?! Mas não consigo! Acho que usarei gravata quando for pensar!

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